quinta-feira, 19 de maio de 2016

Resenha: A indomável Sofia - Georgette Heyer


Foto: Gabi/Estaca 0nline

Sinopse oficial:

"Sofia Stanton-Lacy é alegre, impulsiva e de uma franqueza desconcertante, características que não combinam com o que se espera de uma mulher em sua posição na sociedade londrina do início do século XIX. Educada durante as viagens de seu pai, órfã de mãe, ela chega à casa de sua tia em Berkeley Square para derrubar as convenções e surpreender a todos com seus modos independentes e sua língua afiada. E Sophy parece ter chegado no momento certo: seus primos estão com muitos problemas. O tirânico Charles está noivo de uma jovem tão maçante quanto ele, já Cecilia está apaixonada por um poeta, e Hubert tem sérios problemas financeiros. A prima recém-chegada decide então ajudar a todos com sua determinação e impetuosidade, e acaba enfrentando agiotas, roubando os cavalos de seu primo e atirando de raspão em um honrado cavalheiro. Embora sejam sempre mirabolantes e arriscados, seus planos sempre dão certo e tudo parece estar sob seu controle. O que ela não espera, porém, é que seu primo Charles, que aparentemente não vê a hora de arrumar um marido para ela, de repente passa a enxergá-la com outros olhos..."

Comentários:

Não vejo título melhor para esse livro. Não vejo melhor forma de começar esta resenha do que dizendo que Sofia é a senhora da história. Sofia Staton-Lacy foge da figura de moça "bem comportada" e heroína sofredora. Filha de um diplomata, foi educada seguindo um modelo totalmente original ao que era o padrão da Inglaterra do século XIX: ela chama o pai pelo nome, administra sua próprias finanças (chegando ao "cúmulo" de frequentar o banco), sabe atirar, conduz carruagens e, o mais impressionante, fala TUDO que lhe vem à cabeça, doa a quem doer.
Ela chega à Londres para passar uma temporada na casa da tia e encontrar um marido. Porém, vai resolvendo aos poucos cada um dos problemas nos quais seus primos estejam envolvidos. Ela faz isso sem ser convidada a intervir, o que deixa tudo mais engraçado. Só pra ter uma ideia das maquinações de Sofia, ela dá da um mico de presente aos primos mais novos, e o bichinho passa a frequentar as aulas das crianças!
 Como podem imaginar, a personagem é louquinha. Ganhou minha admiração pela coragem, força de caráter e senso de humor. Ela não tem medo de nada! Diversas vezes me pegava pensando "não é possível que ela vai fazer isso... Meu deus do céu, essa mulher é doida!!".

Nota: 5/5

O que também impressiona é que esse livro é um relançamento, originalmente publicado em 1950. Pois é, em 1950 Georgette Heyer (1902-1974), criou essa personagem feminina pró-ativa, destemida e que é uma revolução onde quer que vá! Sofia escandaliza a sociedade de sua época, não tem falsos moralismos e não se cala diante de injustiças.
 Pra ficar ainda melhor (sim, é possível), ela faz tudo isso enquanto vive às turras com o primo Charles, o "chefe da família", que não vê a hora de se ver livre da prima, mesmo que, na sua própria opinião, algum pobre "infeliz" tenha que se casar com ela pra isso. Assim, ele e Sofia vão se enfrentando, com diálogos super afiados:

"- É muita gentileza da sua parte - respondeu Sophy -, mas não se ajusta bem comigo. Onde se pode comprar carruagens em Londres?
- Dificilmente conseguirá conduzir uma carruagem pela cidade! - disse ele - Nem considero o faéton um veículo muito adequado para uma dama. Não é fácil de dirigir. Não gostaria de ver nenhuma das minhas irmãs fazendo essa tentativa.
- Não deve esquecer de lhes dizer isso - replicou Sophy afavelmente - Elas se importam com o que você lhes diz? Nunca tive um irmão, portanto não posso saber.
Houve uma ligeira pausa. Enquanto o Sr. Rivenhall, não acostumado a sofrer ataques súbitos, recobrava a sua presença de espírito. Não demorou muito.
- Seria melhor prima, se tivesse tido - disse ele, em tom severo.
- Eu acho que não - respondeu Sophy, muito tranquila - Pelo pouco que tenho visto sobre irmãos, alegra-me o fato de que Sir Horace nunca me sobrecarregou com um."

Bom, eu sou suspeita pra falar, por que adoro histórias com romances "gato e rato", mas é muito boa a competição establecida entre Sofia e Charles. Faz o leitor ficar com um sorriso bobo no rosto, torcendo pra que percebam logo o que está realmente acontecendo entre eles. Desde que conhece Sofia, Charles determina-se a condenar as atitudes da prima e colocá-la "na linha". Por outro lado, sem que ele perceba, Sofia vai livrando o jovem Sr. Rivenhall da figura fria e ditatorial que ele criou para si mesmo, como forma de salvar a família da falência.
A narrativa é ótima de ler e, se você se deixar levar, vai acabar o livro de uma hora pra outra. Em relação ao enredo, acho que Georgette Heyer poderia ter caprichado um pouco mais no romance. Como foi minha primeira leitura da autora, não sei dizer se isso é comum do estilo dela. De qualquer modo, a falta de um pouco mais de romance é totalmente compensada pelo resto da história e os personagens, com óbvio destaque para Sofia.   

Nota: 5 - Paixão, muito bom, forço todo mundo a ler.  



quarta-feira, 11 de maio de 2016

Porque você deve ler: Garotas de Vidro




Oi, pessoas,  vamos falar de livros?  

Uma coisa que eu acredito é : Todo livro conta uma história. Um bom livro vai fazer você se apaixonar pelos personagens e pelo mundo deles. Um excelente livro vai te fazer sentir algo novo.  

Outra coisa que eu acredito é que todo livro excelente, sem qualquer exceção, vai mudar alguma coisa em você. 

Garotas de Vidro é um livro Excelente.



Escrito por Laurie Halse Anderson, nas 272 páginas em que a história acontece, você se encontra na pele de Lia, uma jovem de 18 que acabou de perder a ex-melhor amiga para uma doença que ela também tem... Intrigante? Você não faz ideia. 

Comprei esse livro em uma Bienal de Brasília sem pretensão nenhuma de esse ser um livro tão icônico  na minha vida. Simplesmente achei a capa  linda e , depois que eu li a sinopse, fiquei curiosa. Não demorou uma semana para eu terminar de ler e, até hoje, me pego pensando naquela história.

É um livro de temática extremamente pesada, fala sobre anorexia e bulimia de uma forma muito pessoal,muito realista e, honestamente, perturbadora.   A narrativa em primeira pessoa dá uma perspectiva quase sensorial para o livro. Você vai sentir os demônios interiores da Lia embaixo da sua pele - pelo menos eu senti.

Garanto a você uma coisa: não vai ser uma leitura fácil. Ainda que o ritmo seja legal (não se arrasta nem fica corrido) e o próprio enredo relativamente simples, toda essa temática vai fazer as palavras pesarem em você.  Não se engane, esse não é um livro tedioso que vai te ensinar, como um professor, o que é a anorexia; pelo contrário,  faz você querer ler  mais e mais, querer saber o que vai acontecer, você vai querer respostas, resultados. E aí, a cada linha, cada parágrafo, a cada caloria que a Lia conta é um nó que  dá no seu estômago e uma nova percepção que você vai ter sobre o assunto. 

Para quem não está familiarizado, a anorexia e a bulimia são psicopatologia  alimentares. Isso quer dizer que são doenças que afetam o psicológico e o orgânico por meio do relacionamento dos pacientes com a comida.

A percepção distorcida da própria imagem, a pressão da mídia em busca da perfeição, os problemas familiares, os problemas psicológicos prévios, são apenas alguns dos possíveis desencadeadores dessas doenças.

E não pense você que a prática do jejum é nova ou que vomitar tudo que se ingere é novidade, existem registros de tais atos desde a antiguidade. 

O que eu acho importante é perceber que os homens e as mulheres afetados por esse tipo de patologia estão doentes DE VERDADE. Eles irão dizer que não, eles vão lutar contra, da mesma forma que a Lia faz no livro, mas não é porque não é aceita a doença que ela não existe. 

Creio que essa é a parte mais importante desse livro. Não é a história em si, nem a personagem, mas a possibilidade de criar empatia com pessoas que estão sofrendo com essas doenças. Olhar pelos olhos de uma jovem que está perdendo tudo, e se perdendo num espiral de calorias contadas e desprezo pelo próprio corpo.

Eu indico esse livro para pessoas que vivem em sociedade, pessoas que estão sendo extremamente bombardeadas por imagens de perfeição inalcançável, vindas da TV, das revistas ou das redes sociais. Aviso aos futuros leitores que leiam esse livro em um momento estável de suas vidas; é , afinal um livro difícil de ser digerido.


Quer saber mais sobre Anorexia e Bulimia:  http://www.minhavida.com.br/saude/temas/anorexia


terça-feira, 10 de maio de 2016

Viagens e fotografia analógica

Pessoas, eu quero falar de viagem! E um pouquinho de fotos.
Vou em breve finalmente fazer um intercâmbio que eu sempre desejei fazer. E não vai ter como evitar falar dele aqui no blog, no mínimo postar muitas fotos. Pra começar quero compartilhar aqui essas fotos de uma vez que fui pra Europa. Eu sou meio a louca das fotos quando viajo, saiu fotografando muita coisa, mas não entendo muito a parte técnica da fotografia (vivo dizendo que vou fazer algum curso mas nunca vou atrás). E além disso sou curiosa, então tenho câmera instantânea, algumas câmeras analógica e as digitais (um exagero, pra quem não entende muito). E são algumas fotos das analógicas que quero compartilhar hoje.
Tenho um chameguinho por elas. Amo praticamente todas as fotos que tiro com essas câmera, mesmo com a iluminação, abertura, foco ou o que seja que saiu errado nelas. Acho divertido testar com elas, e esperar pela surpresa de como as fotos vão sair depois que revelar. A única dificuldade é achar locais que ainda façam revelação de filmes na cidade que moro. T.T Já mudei umas duas vezes de locais para revelação porque o anterior fechou.
Bem, espero que vocês gostem das fotos, e sintam a fofura que é a fotografia analógica.













sexta-feira, 6 de maio de 2016

Tirinhas dos anos 50, 60, 70 e 80

Tenho certeza que você já ouviu falar de Garfield, Mafalda, Peanuts e Calvin & Hobbes, se não em filmes, pelo menos nos livros de português do tempo da escola. Mas vocês já se perguntaram de onde surgiram essas histórias?

Então, aqui vai uma breve apresentação dessas histórias e desses personagens que fizeram e ainda fazem parte da vida de tanta gente. (O post é longo, mas a apresentação é breve :))



Peanuts

Em 2 de outubro de 1950 foi publicada a primeira tirinha dos hoje famosos Peanuts. Desenhado por Charles Schulz, essas histórias focam inteiramente na vida de crianças, imitando uma sociedade em miniatura, sem a aparição de personagens adultos. O personagem principal é o Charlie Brown (o garotinho na imagem ao lado), o qual é um garoto nervoso e com baixa auto-estima. Além dele, outro personagem que chama muita atenção é o seu cachorro Snoopy, um beagle, muito conhecido aqui no Brasil.

Peanuts estreou em 9 jornais diferentes, sendo uma tirinha por dia e assim, novos personagens iam aparecendo e formando essa turma que conhecemos hoje.

Entre os anos 60 e 70 os Peanuts começaram a fazer grande sucesso. Nessa época Schulz estava tratando de assuntos como igualdade racial ou de gênero, o que provocava grande discussão na sociedade, além de assuntos como a guerra do Vietnã ou o envio da cadela Laika ao espaço. Em 1965 foi à televisão o especial de natal do Charlie Brown. Outros desenhos relacionados às tirinhas vieram depois.

Entre os anos 1980 e 2000 apesar da rivalidade com Garfield e Calvin, Peanuts ainda permaneceu como a tirinha mais popular na história. A tirinha continuou a ser publicada até que Schulz precisou parar devido a problemas de saúde. Antes de se aposentar e parar as postagens diárias, Schulz ainda criou mais 5 tirinhas, que foram publicadas nas segundas-feira de 9 de janeiro a 13 de fevereiro de 2000. Schulz morreu no dia 12, um dia antes da sua ultima tirinha, a qual continha uma nota sua agradecendo aos editores e fans de Peanuts por todo o apoio.

Em outubro de 2012 foi anunciado um filme 3D nos cinemas estreando o Snoopy, o mais recente de todos (com estréia em 2015), coincidindo com o aniversário de 65 anos das tirinhas e de 50 anos do especial na televisão pelos estúdios 20th Century Fox's Blue Sky.




Mafalda

Fora dos Estados Unidos vamos encontrar outra tirinha muito conhecida por aqui: Mafalda. Criada pelo cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado (Quino), essa tirinha apresenta a Mafalda, uma garotinha de 6 anos que se preocupa com a humanidade, paz mundial, entre outros. Ela apresenta sérios problemas de atitude, porém de maneira inocente.

A primeira vez publicada foi em 29 de setembro de 1964 na revista Primeira Plana, passando a ser apresentada no jornal El Mundo no ano seguinte. Em 1968 as tirinhas de Mafalda começaram a aparecer semanalmente na Siete Días Ilustrados e sua publicação só sessou em 25 de junho de 1973. Quino ainda desenhou algumas vezes em anos seguintes, a maioria das vezes para promover os direitos humanos.

As tirinhas foram todas republicadas em uma coleção de livros numerados de 1 a 10 e mais alguns especiais, como livro especial "10 Anos com Mafalda", por exemplo. Quino não aceitou adaptações para o cinema, mas houveram duas animações curtas apresentando a Mafalda. Em 1993 Um amigo de Quino produziu 104 curtas de Mafalda.

                  Em 2016 Quino faz 84 anos e ao longo dos anos já ganhou diversos prêmios na                                     América do Sul e Europa (locais onde Mafalda fez mais sucesso).


Garfield

Garfield é uma tirinha americana criada por Jim Davis que conta a história do gato Garfield, seu dono Jon, e o cachorro de Jon chamado Odie. Garfield é tratado como preguiçoso, obsessivo por comida, odeia segundas feiras e dietas (como muitos de nós).

Antes de Garfield, Davis tinha criado uma tirinha cujos personagens principais eram insetos. A resposta do público foi que "ninguém se identificaria com insetos"... Então ele teve a brilhante ideia de retratar um gato e a sua relação com o seu dono e um cachorro atrapalhado. A primeira tirinha do Garfield estrou em 25 de junho de 1978. Inicialmente a tirinha era mais realista, porém depois de um tempo podemos ver mudanças no estilo, como quando o gato começou a aparecer andando sobre duas patas, por exemplo.

Logo Garfield se tornou um grande sucesso, aparecendo em mais de 850 jornais em 1981 (3 anos depois do lançamento). Davis fundou uma empresa para gerenciar os negócios e em 2002 as tirinhas se tornaram as mais publicadas do mundo e são ainda distribuídas hoje em dia.

Garfield atualmente faz grande sucesso na internet no seu website oficial (Garfield.com), onde pode-se encontrar várias tirinhas e até jogos sobre o tão famoso gato. Na televisão a primeira animação veio em 1980 pela CBS seguida de várias outras séries, como Garfield and Fiends produzida pelo Cartoon Network de 1988 a 1994 e a série The Garfield Show produzida pela francesa CGI e estreada em 2009. Além de tudo isso, ainda podemos encontrá-lo atualmente em vários games e livros.





Calvin and Hobbes

Conhecida no Brasil com "Calvin e Haroldo" e criada por Bill Watterson,  essa tirinha foi publicada pela primeira vez em 18 de novembro de 1985. Ela conta a história de Calvin (um garoto precoce, malicioso e aventureiro de seis anos de idade) e seu tigre de pelúcia Hobbes. Um ano após a sua estréia, a tirinha já tinha sido publicada em 250 jornais.

Uma das características mais marcantes é, sem dúvidas, a criatividade das histórias. Calvin retrata bem um garoto "traquina" de seis anos, sempre desafiando os pais, implicando com as meninas e levando todos à loucura. Para Calvin, Hobbes é um ser vivo, que conversa e compartilha ideias com ele, porém para todos os outros ele não passa de um bicho de pelúcia (o que pode ser visto quando algum outro personagem entra em cena). Sinceramente, essa é a minha tirinha predileta, até hoje eu compro livros e rio com as histórias de Calvin and Hobbes.

A jornada foi curta, quando comparamos com outras tirinhas. A última publicação foi em 31 de dezembro de 1995 (10 anos depois) e, antes disso, Watterson fez diversas pausas (para ajudar em seu processo criativo).

Ao contrário dos outros autores, Watterson não considera Calvin como um produto e sim como uma arte e, dessa forma, ele defende que o mesmo deve permanecer somente da sua forma original, ou seja, somente como tirinhas. Dessa maneira, não encontramos produtos com desenhos dos personagens. Da mesma maneira não existem animações de Calvin and Hobbes. Muito embora Bill admirasse os desenhos, ele não conseguia pensar na possibilidade de estar escolhendo uma voz para o Calvin.

18 livros foram publicados entre 1987 e 1997. Posteriormente muitos outros livros foram publicados, como uma coleção completa de 1440 páginas em 2005 e uma coleção com 4 volumes em 2012, por exemplo. Por opinião própria, vale a pena dar uma olhada.





Essas tirinhas não são as únicas, existe uma gama enorme de cartunistas em todo o mundo produzindo esse tipo de arte todos os dias. Escolhi esses pelo fato de terem marcado minha infância e acredito que é importante conhecermos a origem de personagens tão famosos (e que estão voltando à tona ultimamente). Garanto que todos te farão rir e pensar, sendo uma ótima fonte de entretenimento, conhecimento e cultura.

Espero que tenham gostado e peço desculpas pelo post tão longo. :)
Se achar algo interessante ou se quiser somente conversar a respeito, basta comentar ou enviar email!

o/ 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Resenha: Como eu era antes de você - JoJo Moyes

Sinopse original:


"Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.
Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro."

Nota: 5/5
Comentários:

Peguem seus lencinhos, sentem e preparem-se pra esse livro... Por que vocês vão chorar, muito, muito mesmo! Eu, só de lembrar...

Não sei por quê eu meio que me enganei com esse livro. Minha curiosidade pra lê-lo foi despertada quando vi o trailer do filme de estreia pra junho. Fiquei tão animada que nem quis terminar de ver o trailer inteiro! Mais estranho ainda: me recusei a ler qualquer sinopse completa, pra não ter nenhuma espécie de spoiler. 

Eu tinha certeza de duas coisas: 1) eu tinha quer ler esse livro de qualquer jeito; e 2) a  história era muito boa. 

O problema desse meu isolamento dos resumos da história, foi que eu iniciei a leitura achando que o título "Como eu era antes de você", referia-se ao Will, quando na verdade o "Eu" da história era a Louisa. Pra quem já leu o livro, sabe o que essa confusão pode ter feito com minha expectativa durante a leitura, mas não vou estragar a surpresa de ninguém...

Foto: Gabi/Estaca 0nline
"Como eu era antes de você" é MARAVILHOSO. Eu engoli o livro em apenas um dia. Não consegui parar de ler: li no carro, restaurante, supermercado... É impossível não se envolver com os planos de Lou pra ajudar o Will e não torcer com seu avanços em mudar a rotina de isolamento dele. Os dois desenvolvem um tipo de relacionamento muito gostoso de ler. Aos poucos, a Lou vai derrubando as barreiras do Will e conquistando seu espaço como alguém importante na vida dele. Ela é autêntica, engraçada e otimista. E ele, com toda sua rabugice e pessimismo, tenta ao máximo fazer com que ela se sinta desconfortável e indesejada na sua casa. Com o decorrer da história, eles se tornam muito íntimos e é uma delícia de ler a sintonia entre eles, o carinho e a simples vontade estar juntos que passam a ter. Tudo vale a pena nesse livro: as conversas dos dois, os dramas da família da Lou, as descrições das roupas extravagantes da personagem...

Você percebe como o convívio com alguém pode mudar a visão de vida de uma pessoa e as expectativas que se tem pro futuro. A JoJo Moyes te prende de um jeito impressionante (até o dedo mindinho do pé!) na história. Fazia muito tempo que não torcia tanto, nem me envolvia assim com os personagens. Eu senti cada tristeza de Lou junto com ela, eu ria das situações engraçadas que ela ria e tinhas as mesmas esperanças. No entanto, a narrativa não se passa somente no ponto de vista de Louisa, o que é bom, por que ajuda o leitor a ter uma noção mais real da história, a partir do ponto de vista de outros personagens importantes. Mas, no fim das contas, a Lou é a "dona" do livro, rouba a cena (ou não, já que ela é a personagem principal, de qualquer modo). Por enquanto, foi um dos melhores livros que li esse ano!

Vou parar por aqui, por que não quero estragar a leitura de ninguém dando spoiler. Deixo vocês com uma única observação: vontade de obrigar o mundo a ler esse livro! 

Nota: 5 - Paixão, muito bom, forço todo mundo a ler.