domingo, 19 de junho de 2016

Crítica: Como Eu Era Antes de Você (filme)


Ontem à noite teve fim um desejo meu que começou lá por janeiro: finalmente vi o filme de "Como Eu Era Antes de Você". Quem já leu os posts anteriores, talvez saiba que, desde que vi pela primeira vez o trailer (parte dele, na verdade), surgiu em mim uma vontade incontrolável de conhecer a história. Por isso, acabei lendo o livro, pra ter certeza de que já conheceria tudo quando o filme fosse lançado.

Já comentei também que não me acho completamente apta a estar fazendo críticas de filmes, mas resolvi me aventurar mais uma vez, já que o livro também foi resenhado aqui, acho que a história merece uma cobertura completa (ou uma tentativa disso rs)...

Portanto, esta será uma crítica feita por uma leitora do livro, sem preocupações em fazer uma sinopse ou esconder fatos da história (se você não gosta de spoilers não vá adiante)!

Logo na cena inicial temos uma sequência bem fiel ao prólogo do livro, mostrando os últimos instantes de Will Traynor antes de sofrer o acidente que o deixou tetraplégico. Ficou tudo muito bem feito (cenário do apê do Will, o diálogo dele com a namorada, cena que gera o acidente, etc). Resumindo, achei muito parecido com o próprio cenário que imaginei durante minha leitura do livro. Sobre isso, não é de se admirar que a adaptação tenha ficado excelente, pois a própria Jojo Moyes foi uma das roteiristas do filme. Portanto, ninguém melhor do que ela para saber o que é relevante para história e a maneira mais correta de representar isso na tela. Então, na contramão do que geralmente acontece com os livros que viram filme, considero que fãs do livro, se insatisfeitos, não tem muito por quê reclamar sobre cenas cortadas, ou supostos aspectos falhos de adaptação. Jojo Moyes é a autora de "Como Eu Era Antes de Você", ela sabe o que faz (pelo menos mais do que qualquer leitor). 

O resto do filme segue assim, bem adaptado, com cenas fiéis ao livro. Por alguns momentos, tive a impressão de que a história estava acelerada demais, para entrar no formato cinematográfico. Mas, novamente, não há razão para seguir com esse posicionamento, por que certamente Jojo avaliou bem o que retratar para que a história continuasse com a mesma personalidade da livro. Além disso, o filme tem quase duas horas de duração, mais do que isso talvez ficasse cansativo e poderia perder fôlego. Ou seja, eu também não passo de uma leitora "reclamona", que sempre verá algum defeito nas adaptações.

Lou bem discreta
Os atores estavam maravilhosos em suas interpretações. A Emilia Clarke, apesar de exagerar em algumas expressões faciais, deu vida à Lou de uma forma espetacular. Por diversos momentos, ela estava tão "mergulhada" na personalidade de Lou que nem parecia a mesma atriz que interpreta a "Daenerys Targaryen, Filha da Tormenta, a Não Queimada, Mãe de Dragões, etc"... Outro ponto positivo foi o figurino dela, que estava hilário e gerou as situações de maiores risadas que dei durante o filme. Assim como no livro, essa personagem rouba a cena e é o destaque da história.

O Sam Claflin, que faz o Will, também estava ótimo, às vezes melhor do que a Emilia até. Ele soube compreender bem a personalidade do Will e a relação que se estabeleceu entre ele e Lou. Os demais atores também demonstraram um bom trabalho, mas não considero que o roteiro tenha deixado muito espaço para uma exposição maior, pois o foco estava no casal principal. A trilha sonora foi muito bem selecionada (Jesus do céu, escolheram as músicas certas de Ed Sheeran pros melhores momentos!) e os cenários estavam lindos, especialmente os que mostravam o castelo.


Vi algumas críticas especializadas condenando o filme por, ao invés de se aprofundar apropriadamente em questões mais dramáticas, como o caso do suicídio assistido, escolher focar mais no romance, transformando o filme em um produto de qualidade inferior. Mas, sinceramente, em uma época que grande parte dos lançamentos são filmes de super-heróis ou megaproduções de ação e ficção científica, me sinto aliviada de ir ao cinema e ver um filme que não passa de um "romance água com açúcar". 

Aliás, qual o problema disso? Nem todos filmes precisam de um grande significado dramático, ou um viés cult para ser considerado um material de bom gosto. Na realidade, condenar filmes que fujam desse padrão "intelectual" é limitar uma indústria que é muito popular justamente por sua diversidade. O enredo é meloso e clichê? Sim. Mas, muito bem construído! O fato do filme ser um romance feito pra encantar e emocionar o público, sem suscitar grandes reflexões, não o torna, de modo algum, um trabalho malfeito e menos digno de aplausos. 

Diferentemente do livro, que eu chorei horrores, não consegui me emocionar a ponto de chorar com o desfecho. Não atribuo isso ao fato do filme não ser tão bom quanto o livro (não é). Na verdade, acho apenas que com o livro se estabelece uma conexão diferente, talvez mais forte, com a história e os personagens. Mas, isso é muito subjetivo, pois sei que muita gente chorou, mesmo leitores que já sabiam como tudo terminaria. Pra não dizer que não chorei em momento algum, as únicas lágrimas que derramei foram de tanto rir na cena em que Lou ganha suas adoradas meias listradas de abelha.

Já devem ter percebido que eu adorei o filme. Não achei melhor que o livro, e nem poderia, mas recomendo muito! Era isso que tinha para compartilhar com vocês, peço desculpas se tem algum erro, como já disse várias vezes, estou me aventurando a comentar filmes XD.

Deixo, por fim, a sinopse e o trailer, para quem estiver interessado:



Sinopse original: 

"Às vezes você encontra o amor onde menos imagina. E às vezes ele te leva onde nunca esperou ir. Louisa “Lou” Clark (Clarke) vive em uma pitoresca cidade de campo inglesa. Sem direção certa em sua vida, a criativa e peculiar garota de 26 anos vai de um emprego a outro para tentar ajudar sua família com as despesas. Seu jeito alegre no entanto é colocado à prova quando enfrenta o novo desafio de sua carreira. 

Ao aceitar um trabalho no "castelo" da cidade, ela se torna cuidadora e acompanhante de Will Traynor (Claflin), um banqueiro jovem e rico que se tornou cadeirante após um acidente ocorrido dois anos antes, mudando seu o mundo dramaticamente em um piscar de olhos.

Não mais uma alma aventureira, mas o agora cínico Will, está prestes a desistir. Isso até Lou ficar determinada a mostrar a ele que a vida vale ser vivida. Embarcando juntos em uma série de aventuras, Lou e Will irão obter mais do que esperavam e encontrarão suas vidas — e corações — mudando de um jeito que não poderiam ter imaginado."

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