quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Um amor de cinema - Victoria Van Tiem

Foto: Artur Procópio e Lucas Poke
Nota 4/5
Kensington ("Kenzi") Shaw tem 29 anos e é viciada em filmes, especialmente comédias românticas. Ela é designer e acaba de ficar noiva de um cara perfeito: apaixonado, bonito, charmoso, com emprego importante e, o principal, adorado por sua família. Para ela, a aprovação dos pais, do irmão e da cunhada em qualquer detalhe de sua vida é um fato inédito. Assim, ela acha que estar noiva de Bradley é a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido e o caminho certo para finalmente conseguir um lugar ao sol no grupo perfeito que acredita que sua família forma. 

Mas, seu plano é ameaçado quando seu ex-namorado de faculdade, Shane Bennett, reaparece como cliente da empresa na qual Kenzi trabalha. Ele pretende abrir um restaurante temático, baseado nos filmes que ela adora e, ainda por cima, propõe um jogo no qual eles dois devem reencenar cenas de dez filmes românticos. Só que ele impõe isso como condição para que assinar o contrato com a empresa de Kenzi, que não anda bem financeiramente. 

Então, correndo o risco de ser demitida, por causa de um corte de despesas, e não querendo adiar o casamento por falta de dinheiro, ela se vê sem saída e aceita a proposta de Shane, e é aí que a história começa. 

Um livro bem leve e divertido. É fácil se identificar com Kenzi.  Primeiro por que o livro consegue juntar todos aqueles filmes de comédia romântica que adoro ver (exemplos: "A Verdade Nua e Crua", "Amor à Segunda Vista", "Sintonia de Amor", "Uma Linda Mulher", "O Diário de Bridget Jones", e muitos outros). Só por isso já super me identifiquei com a Kenzi, que é alucinada por filmes românticos e, inclusive, sabe todas falas decoradas (isso eu não sei gente, minha memória não permite, rs). 

Além disso, ela tem as preocupações comuns das personagens femininas do universo chick-lit: beirando os trinta, louca pra arranjar um namorado/marido, preocupada com o relógio biológico da gravidez, uma certa insegurança e uma atração surpreendente para confusão. A diferença dela da maioria dessas personagens é que Kenzi não é sem noção. Apesar do dilema da escolha entre Bradley e Shane, a indecisão dela não fica cansativa, nem a torna chata. 

Ela tem uma relação meio complicada com a família, que não a enxerga e possui um padrão de perfeição, de modo que Kenzi nunca parece ser boa o bastante, principalmente se comparada com Ren, a esposa de seu irmão que praticamente ocupa o lugar de filha que caberia à Kenzi. Por isso, ela fica tão convencida de que seu noivo Bradley é a melhor forma de conseguir um pouquinho de atenção e mostrar que também tem seu valor. Mas, acontece que Kenzi não queria apenas se apaixonar, ela queria "se apaixonar em um filme", coisa que só conseguiu com Shane Bennett, o ex-namorado de faculdade (ainda não superado) que volta propondo o jogo que falei no início. 
E, assim, Shane retorna à vida dela, decido a reconquista-la e jogando pesado para conseguir que ela cancele o casamento. Digo isso por que as coisas que ele faz e propõe são realmente muito fofas e incríveis. Kenzi fica dividida entre o relacionamento responsável e adulto que seu noivo representa e o "amor de cinema" que somente consegue sentir com Shane. 
O que tenho a dizer sobre Shane: um sonho. É gato, um fofo, adora ver filmes românticos, sabe as falas decoradas e, ainda assim, não é gay. Precisa dizer mais??? 
Nunca tinha lido nada da Victoria Van Tiem, mas gostei da escrita dela, a leitura flui bem e em nenhum momento achei o livro cansativo. Foi muito divertido tentar adivinhar quais cenas dos filmes listados seriam reencenadas por eles e, depois, quando chegava a hora, ver a forma como eles conseguiam reconstruir esses momentos. Eu já tinha visto a maioria dos filmes da lista de Shane, mas depois de ler o livro, fiquei curiosa para ver os que faltavam. 
Achei legal que a autora conseguiu transmitir dilemas simples, mas muito cotidianos que ocorrem nos relacionamentos de hoje em dia, como o "ele está online? Será que vai mandar mensagem???" (Versão atual do clássico "será que ele vai ligar?!?!"), como neste trecho: 

"Não falo com Shane desde ontem. Olho a janela do bate-papo do Facebook a todo instante, para ver se a bolinha verde aparece ao lado do nome dele. Tenho certeza de que na fazenda tem internet. Talvez não, a bolinha não aparece. Será que ele já está voltando? Não sei. Não está online, o que é bom, por que não quero que ele saiba que eu estou. Posso desativar o bate-papo, mas aí não saberia se ele está online. Um raciocínio muito maduro." (p. 113, Um Amor de Cinema). 

Outro trecho que adorei e que na minha opinião diz muita verdade sobre filmes românticos: 

"Algumas das melhores comédias românticas têm menos a ver com o cara, por quem você suspira, e mais a ver com a heroína, com quem você se identifica" (p. 207, Um Amor de Cinema). 

Resumindo, esse livro me fez pensar por eu tanto adoro comédias românticas. Adorei, recomendo como ótima opção pra passar o tempo e quando você estiver afim de ler nada muito sério e que te deixe viajar na história.

Sinopse oficial: 

Neste irresistível romance, Kenzi Shaw, uma designer fanática por filmes, é lançada nas águas turbulentas do amor — ao estilo de Hollywood — quando seu lindo ex-namorado lhe propõe uma série de desafios relacionados a comédias românticas para reconquistar seu coração. 
Que garota não gostaria de vivenciar a cena das compras de Uma linda mulher? É o desafio número dois da lista. Ou tentar fazer os passos de dança de Dirty dancing? É o número cinco. Uma lista, dez momentos românticos de filmes e várias aventuras depois, Kenzi se pergunta: ela deve se casar com o homem que sua família adora ou arriscar tudo por um amor de cinema?

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